Hoje vi pessoas tristes no metrô. Subindo, descendo, correndo, empurrando, falando mal de todo mundo, reclamando da vida.
Fiquei triste em ver que as empresas deixam as pessoas tristes, tristes e com sapatos apertados, calças sociais apertadas, camisas desconfortáveis, gravatas sufocantes e a mente exausta.
As empresas acabam com a vida das pessoas e dão vida às pessoas, pois delas saem o sustento de cada um. No entanto, as empresas não tratam as pessoas como pessoas, elas pensam que se o funcionário (colaborador é história para boi dormir) cair e se machucar, sairá óleo e não sangue do corte.
Pessoas são pessoas! Parece a frase mais ridícula do mundo (ler e escrever essa frase é bizarro), mas as pessoas chefes (não líderes) veem as pessoas peões como coisas com tarefas que devem ser cumpridas em prazos tontamente impossíveis.
Parece aqueles prazos que nós, pesquisadores damos a nós mesmos: “Hoje lerei esse livro de 400 páginas até às 23 horas e verei Saramandaia!” Fim do dia: “Ah, que horror! Só cheguei até a página 37.” Queremos nos enganar e fingir que lemos livros pesados e cheios de raciocínios de compreensão em seu percurso como se fosse Calvin, Turma da Mônica, com direito a gargalhadas entre uma tirinha e outra.
Nã nã ni nã não!
Devemos trabalhar e viver, não trabalhar para viver e viver para trabalhar.
Tem algo muito errado nesse mundo, mas ainda não tenho uma tese papável para apresentar.