Fim de ano

Novembro chega e a lista de trabalhos para o final do ano e para o início do ano só não é maior que a lista de crimes cometidos pelos políticos brasileiros.

Sinceramente, estou quase convencida de que os trabalhos de final de ano deveriam ser feitos em agosto, quando ainda temos um tiquinho de bateria. Final de ano é trabalhar fora da capacidade humana, muito além da energia que nos é proporcionada pelos deuses do Olimpo.

Bom, é isso ae!

Quero mais café com leite!

Tristeza empresarial

Hoje vi pessoas tristes no metrô. Subindo, descendo, correndo, empurrando, falando mal de todo mundo, reclamando da vida.

Fiquei triste em ver que as empresas deixam as pessoas tristes, tristes e com sapatos apertados, calças sociais apertadas, camisas desconfortáveis, gravatas sufocantes e a mente exausta.

As empresas acabam com a vida das pessoas e dão vida às pessoas, pois delas saem o sustento de cada um. No entanto, as empresas não tratam as pessoas como pessoas, elas pensam que se o funcionário (colaborador é história para boi dormir) cair e se machucar, sairá óleo e não sangue do corte.

Pessoas são pessoas! Parece a frase mais ridícula do mundo (ler e escrever essa frase é bizarro), mas as pessoas chefes (não líderes) veem as pessoas peões como coisas com tarefas que devem ser cumpridas em prazos tontamente impossíveis.

Parece aqueles prazos que nós, pesquisadores damos a nós mesmos: “Hoje lerei esse livro de 400 páginas até às 23 horas e verei Saramandaia!” Fim do dia: “Ah, que horror! Só cheguei até a página 37.” Queremos nos enganar e fingir que lemos livros pesados e cheios de raciocínios de compreensão em seu percurso como se fosse Calvin, Turma da Mônica, com direito a gargalhadas entre uma tirinha e outra.

Nã nã ni nã não!

Devemos trabalhar e viver, não trabalhar para viver e viver para trabalhar.

Tem algo muito errado nesse mundo, mas ainda não tenho uma tese papável para apresentar.

O poder da juventude

chun li

Jovens não podem ser super inteligentes, competentes, incríveis, esforçados, dedicados e exemplos a serem seguidos?

Diariamente nos deparamos com diferentes preconceitos. Acredito que eles não precisam ser listados aqui, pois estão presentes nos noticiários, em campanhas, em declarações.

Hoje ouvi que uma pessoa jovem não pode compreender o peso do tango como uma mulher pode. Então pensei no que está por trás de cada apresentação, independente da idade. Ensaio, dedicação, estudo, vontade, força, prazer. Para mim, esses são alguns dos fatores que levam uma pessoa ao sucesso.

Por mais que ninguém tenha apontado para mim e dito “Você é jovem demais para fazer uma dissertação de mestrado boa! Você não vai aguentar!”, sinto que isso existe no mundo acadêmico e o fato de ser mulher, jovem (para um mestrado) e fora do padrão (roupas, cabelo, jeito de agir e de falar) também tem seus efeitos.

Como uma péssima pessoa positiva, esforço não é o problema, dedicação é constante, com baixas por desânimo e cansaço, mas desistir não faz parte de meu vocabulário, desistir é pesado demais, desistir é um peso para a vida toda e não vou carregar elefantes nas costas.

Não pretendo ser a mais mais, não quero estar no topo da lista, não quero ser mais que colegas e amigos, só quero dar o meu melhor, escrever coisas que cheguem a outras pessoas, que as ajude de alguma forma, nem que seja por um segundo. Sou jornalista, sinto a essência de jornalista pulsando. Quero ir fundo, pesquisar, aprofundar-me, mergulhar, visitar os caminhos mais sombrios de certos temas e voltar, relatar cada passo e entregar meus relatos ao mundo, torcendo para eles sirvam para mais alguém além de mim. Torcendo para que eles ganhem vida própria e caminhem lindos e formosos.

Assim deixarei meu nome flutuando por aí!

Crianças podem ser super-heróis, melhores que adultos, e daí?!

A jovem dançarina pode encontrar a essência do tango e dançar lindamente, tocando os espectadores, mais que aquela que dança a anos, mas não encontrou o “tchanan” do ritmo.

Jovem podem! Jovens são! Adultos podem! Adultos são!

O poder pertence a todos!

Por que pesquiso?

Por que eu escolhi ser pesquisadora?
Acho que eu gosto de sofrer, pois não se ganha mares de dinheiro, trabalhas-se muito e, principalmente, sofre-se muito.
Sofro por não ter tempo para ler, por não saber o que ler, por ter crises de existência todas as semanas, por sentir que quanto mais leio mais perdida fico e menos sei, por não conseguir escrever, por nunca estar satisfeita com o que consigo escrever.
Sofre-se pelas milhões de incertezas.
Sofre-se por querer ser melhor.
Sofre-se por querer se superar a cada passo.
Sofre-se por tentar relaxar e se divertir para conseguir pesquisar e estudar e sempre achar que está cometendo pecados por não estar em casa com a cara nos livros e no computador.
Sofre-se por colocar a cabeça no travesseiro e achar que deixou uma vida pendente.

Definindo o que postar

Sinceramente acho que estou com síndrome de pesquisadora e fico matutando e limitando os temas que devo abordar aqui, nesse espaço que ainda tem cheirinho de novo.
Depois que receber uma bronca via comentário, resolvi desabafar esse excesso de racionalidade na vida.
Simplesmente estou ficando louca e perdendo muito o foco em minha pesquisa. Na verdade, não estou perdendo foco, estou com excesso de focos. E me perco!
E agora, José?!